viewOs marxismos negros e a historiografia sobre as músicas negras latino-americanas dos séculos XVII e XVIII
Martín Eckmeyer
Com base nos marxismos negros — especialmente nas contribuições de Eric Williams, Oliver Cox, C. L. R. James e Stuart Hall —, Martín Eckmeyer historiciza a produção racial da diferença no contexto do comércio triangular atlântico e propõe novas leituras para a música como forma de inscrição material e simbólica da diáspora negra. A análise desloca os critérios de autenticidade e essencialismo cultural para situar as expressões musicais no interior das contradições do capitalismo colonial moderno, convocando uma escuta crítica e situada para o passado sonoro das Américas negras.
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viewA Linha de Cor Sônica: Raça e Políticas Culturais da Escuta
Jennifer Lynn Stoever
Nesta introdução à obra The Sonic Color Line (2016), Jennifer Lynn Stoever propõe uma análise inovadora sobre os vínculos entre som, escuta e raça na história dos Estados Unidos. A autora conceitua a “linha de cor sônica” como o processo de racialização do som e formula a noção de “ouvido normativo” para descrever os mecanismos sociais que regulam a escuta segundo hierarquias raciais. Partindo de casos emblemáticos de violência policial e exclusão, Stoever investiga como a escuta é mobilizada como disciplina corporal, filtro ideológico e instrumento de poder.
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viewNegros e Brancos no Brasil
Benjamin Péret
Neste ensaio contundente, escrito originalmente para a antologia Negro Anthology (1934), o poeta surrealista e militante Benjamin Péret traça uma narrativa radical da história da escravidão no Brasil, desde a captura na África até os impactos duradouros no século XX. Com estilo direto e crítica implacável, Péret denuncia os mecanismos econômicos, políticos e religiosos que sustentaram o regime escravista, analisa as revoltas e resistências negras — com destaque para Palmares e a Revolta dos Malês — e expõe as continuidades racistas no pós-abolição.
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viewSons da Resistência
Robin Balliger
Neste ensaio, Robin Balliger investiga a música como força social e instrumento de resistência contra a hegemonia cultural, racial e econômica. Analisando formas populares de expressão — do punk ao reggae, do calypso à champeta — Balliger propõe que a música não é mero reflexo cultural, mas campo ativo de disputa simbólica, política e estética. Articulando perspectivas decoloniais, crítica marxista e teoria da performance, o texto aponta para a potência da música como zona autônoma temporária, lugar de prazer, insurgência e reconfiguração do sensível.
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viewMúsica improvisada após 1950: Perspectivas Afrológicas e Perspectivas Eurológicas
George E. Lewis
Neste ensaio seminal, George E. Lewis confronta os paradigmas eurocentrados da música experimental e propõe uma reconfiguração do campo a partir de uma escuta afrológica. Contrapondo as noções de improvisação livre desenvolvidas na tradição europeia com as práticas negras norte-americanas, Lewis desnaturaliza a ideia de neutralidade estética e revela os dispositivos raciais que operam na legitimação do som como arte.
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viewAfro-modernismo e música: Sobre Ciência, Comunidade e Magia na Vanguarda Negra
Guthrie P. Ramsey
Este ensaio de Guthrie P. Ramsey é uma das contribuições mais instigantes ao pensamento sonoro afro-americano contemporâneo. Partindo de uma escuta crítica da vanguarda negra musical — de Sun Ra a Anthony Braxton — o autor recusa a separação entre ciência e espiritualidade, técnica e intuição, propondo que a estética afro-modernista da música negra norte-americana é, ao mesmo tempo, uma forma de conhecimento e uma prática de encantamento.
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viewO desenvolvimento do artista revolucionário negro
James T. Stewart
Publicado originalmente em 1970, este ensaio de James T. Stewart articula uma crítica radical à neutralidade estética e propõe uma aliança orgânica entre arte negra e transformação política. Para o autor, o artista revolucionário negro deve romper com a lógica da assimilação às instituições coloniais e compreender sua prática como parte inseparável dos processos históricos de luta de seu povo.
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